Cinco e Meia da Manhã
Não sei você
Mais ontem vivi
O melhor dia do ano
Ao seu lado.
Embora o tempo estável
Nem frio, nem ensolarado.
Valeu a pena, as poucas
Porém, inesquecíveis horas
Imersos não somente
Naquelas águas.
E sim mergulhado
Em um sentimento
Mais profundo
Difícil até de explicar.
Tão quente como as águas
É a sensação crescente
Que a tempo carrego comigo
Sem ao menos poder externar.
Sim, as cinco
E meia da madrugada
O dia ainda escuro
Vinheram me assaltar
Me saquearam de tal maneira
Que levaram foi o sono.
E você, sua imagem,
Sua lembrança foi o consolo
Em meio ao pânico.
Lembrar da sua pele morena
Deslumbrante e exuberante
Feito a garota de Ipanema.
Do seu olhar fatal
De menina inocente
E ao mesmo tempo estigante.
Perco totalmente o controle
Nem sabendo aonde eu estou.
Foi assim que me sentir.
Imerso naquela água.
Vendo-a como nunca vi.
Sem graça em lhe encarar.
Confesso que não sou de ferro
Viajei entre meus pensamentos
Nas partes mais profundas
Da arrebatadora visão
Capaz de levar qualquer
Um ser humano
Nos mais altos céus.