NA ESTRADA DA VIDA

NA ESTRADA DA VIDA

Desafio corvos à pedrada.

Fujo dos pesadelos sonhados

Calejo os meus passos pesados

Tropeço numa lágrima caída

Sobreponho-me aos marcos da esquina.

Escorrego no arco-íris

Recebo a ventania gelada.

Apanho as migalhas perdidas

E suspiro…

Tenho o firmamento como companhia

A estrela polar como guia

Torço silenciosamente as minhas mãos

Choro a ausência de irmãos

Rezo sob os joelhos dobrados

Tenho o olhar paralisado

No peito um trilho ocultado

No coração a palavra calada

Pousam borboletas negras na minha cabeça

Na escuridão da minha presença

Adormeço!

Dialogo com a razão

Escrevo mais uma poesia

Suspiro

São palavras a mais, monossílabos em demasia.

Tenho o espírito adoentado

Quero seguir a estrada da vida

Mesmo com o coração acorrentado.

Caem-me lágrimas cifradas

Na estrada da vida prostradas.

Lisboa,20/10/2016

Maria Tecina dos Santos

Maria Tecina
Enviado por Maria Tecina em 01/11/2018
Código do texto: T6492091
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