NA ESTRADA DA VIDA
NA ESTRADA DA VIDA
Desafio corvos à pedrada.
Fujo dos pesadelos sonhados
Calejo os meus passos pesados
Tropeço numa lágrima caída
Sobreponho-me aos marcos da esquina.
Escorrego no arco-íris
Recebo a ventania gelada.
Apanho as migalhas perdidas
E suspiro…
Tenho o firmamento como companhia
A estrela polar como guia
Torço silenciosamente as minhas mãos
Choro a ausência de irmãos
Rezo sob os joelhos dobrados
Tenho o olhar paralisado
No peito um trilho ocultado
No coração a palavra calada
Pousam borboletas negras na minha cabeça
Na escuridão da minha presença
Adormeço!
Dialogo com a razão
Escrevo mais uma poesia
Suspiro
…
São palavras a mais, monossílabos em demasia.
Tenho o espírito adoentado
Quero seguir a estrada da vida
Mesmo com o coração acorrentado.
Caem-me lágrimas cifradas
Na estrada da vida prostradas.
Lisboa,20/10/2016
Maria Tecina dos Santos