ESPERANÇA NUA

Quanto mais eu me dispo,

Quanto mais eu disponho

Proponho...

Mais ele se esconde

Camuflado em não sei onde

E neste desnudar-se

Dá-se a explicação das águas divergentes

Espiraladas na paradoxal fantasia

Sem conseguir penetrar

Nas águas transparentes.

Em doce canção da ventania

Vem o homem verdadeiro

Ocupar o seu lugar

E minha mão o reconhece

Amor não se disputa

Não se cria, não se fantasia

É rendição sem luta

O feitiço é logo quebrado

O rei enlaça o que é seu naturalmente

Deixa a paz como legado.

O outro, que aborta a sua identidade

Apátrida, escárnio em tudo que é verdade

Não suporta olhar o preço que pagam

Com gosto

os sem vaidade, sem vingança,

os que têm na liberdade o valor da aliança

Ele triste, oco, sem rumo

Nunca sentirá a mão amada,

Mesmo em distante ciranda

Pois a dele estará sempre armada.

Enquanto isso,

Guerreiros da esperança

Dançarão com seus pares a noite inteira

E dormirão um sonho tranquilo

Nossa linda história de amor:

Um homem, uma mulher

Gerando uma pátria criança.

Stella Motta
Enviado por Stella Motta em 29/10/2018
Reeditado em 29/10/2018
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