Encontro de mim!
Andei por mundos estranhos lá fora
Em nenhum deles eu fiz minha morada.
Quase sempre, ao raiar da madrugada
Em fuga, eu pegava minha estrada
Para, mais uma vez, ir-me embora!
Eu não sei se é destino ou vontade
Inerente a minha própria essência.
Repúdio ao que dita a complacência,
Resultado de minha ambivalência,
Ou apenas, por simples necessidade!
Quem sabe, eu de outras eras seja
E neste mundo estou, por mero engano.
Talvez, p’ra amenizar meu cotidiano
Eu tenha esse desejo quase insano
De encontrar a alegria benfazeja!
Porém, o meu descanso não faz parte
De minha caminhada em direção
Ao encontro do amor e da paixão
Que não estejam de mim, na contramão,
Em viver a vida com a mesma arte!