LOUVOR DE UM BARÍTONO SIMBOLISTA

Que sufoco!

Que sufoco!

Mantive-me preso,

Ouvindo as correntes do engodo!

Que sufoco!

Que sufoco!

Feliz, mas descontente,

Comigo mesmo!

Que sufoco!

Que sufoco!

Min´alma desfalecia,

Ao ver minha mente

Que se consumia

Que sufoco!

Que sufoco!

Eu saber que estava

Ficando oco!

Que sufoco!

Sabendo que meu espírito

Queria mais e mais

De morto...

Que sufoco!

Que sufoco!

Eu saber que estava

Ficando louco!

Então eu, mouco, percebi...

Dei-me conta um pouco

E, depois, mais um pouco.

Meus tímpanos, enfim, se abriam!

Óh, que sufoco!

Que sufoco!

Em espanto a graça

me apareceu!

Tão bela e insistente

Tão feliz e completa!

Que graça diferente!

Que detalhes imperceptíveis dignos de poeta!

Que sufoco!

Que sufoco!

Aprendi que são nos detalhes

Que crescemos um pouco!

Aprendi no sufoco

Sim, não tive ninguém.

Talvez porque todos estejam loucos

Buscando aprender um pouco.

Mas eu aprendi

Aprendi que aqueles que somente buscam a graça

Porém, após serem encontrados por Deus, porque iluminados,

podem, nos detalhes, agradecer.

Por serem predestinados.

Que sufoco!

Que sufoco!

Assim diz o coração do louco!

No detalhe por ser um tolo!

Alexandre Scarpa
Enviado por Alexandre Scarpa em 21/09/2018
Reeditado em 22/09/2018
Código do texto: T6454875
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