LOUVOR DE UM BARÍTONO SIMBOLISTA
Que sufoco!
Que sufoco!
Mantive-me preso,
Ouvindo as correntes do engodo!
Que sufoco!
Que sufoco!
Feliz, mas descontente,
Comigo mesmo!
Que sufoco!
Que sufoco!
Min´alma desfalecia,
Ao ver minha mente
Que se consumia
Que sufoco!
Que sufoco!
Eu saber que estava
Ficando oco!
Que sufoco!
Sabendo que meu espírito
Queria mais e mais
De morto...
Que sufoco!
Que sufoco!
Eu saber que estava
Ficando louco!
Então eu, mouco, percebi...
Dei-me conta um pouco
E, depois, mais um pouco.
Meus tímpanos, enfim, se abriam!
Óh, que sufoco!
Que sufoco!
Em espanto a graça
me apareceu!
Tão bela e insistente
Tão feliz e completa!
Que graça diferente!
Que detalhes imperceptíveis dignos de poeta!
Que sufoco!
Que sufoco!
Aprendi que são nos detalhes
Que crescemos um pouco!
Aprendi no sufoco
Sim, não tive ninguém.
Talvez porque todos estejam loucos
Buscando aprender um pouco.
Mas eu aprendi
Aprendi que aqueles que somente buscam a graça
Porém, após serem encontrados por Deus, porque iluminados,
podem, nos detalhes, agradecer.
Por serem predestinados.
Que sufoco!
Que sufoco!
Assim diz o coração do louco!
No detalhe por ser um tolo!