POEMA DE BOLSO

Ando só...

Em meio à multidão.

Sigo o fluxo rumo ao caos.

Comigo, apenas um papel

E uma caneta.

Andando eu vou...

Mas confesso que não desejo chegar ao fim da linha.

Eu só preciso saber...

O atalho para meu destino.

Vejo rostos, sombras...

E sentinelas borradas,

As pessoas olham para mim,

Parecem saber

O que está acontecendo.

Mas na verdade

Não sabem...

São apenas sentimentos que levo,

Nada mais.

No meu bolso direito,

Um poema

No esquerdo,

Um coração;

Talvez seja tudo o que eu precise

Para cruzar a ponte,

Que separa vidas,

E une amores;

Tão desconexos e impróprios...

E quem irá dizer

Que estou enganada?

Nem sei se ao menos

Lerão o que escrevi...

No meu singelo papel,

De linhas tortas e retorcidas.

Quem sabe,

Queiram ler meus pensamentos inúteis

Pois já não me importo,

Por parecer tola...

Me sinto viva,

E isso basta!

E lá vão elas...

Apressadas a passos largos.

Em busca de algo,

Que lhes tragam

A tão sonhada felicidade...

Mas que ilusão!

Pensam que podem agarrá-la?

E colocá-la em uma prisão?

Se elas soubessem o que eu sei,

Talvez não buscassem.

Apenas vivessem...

Ninguém sabe,

Quando será o fim da linha...

É por isso que zombam de mim.

Coitados!

Nada sabem sobre o amor!

Muito menos sobre pontes,

Sobre papéis,

E pensamentos.

Se soubessem,

Andariam com mais cautela...

E olhariam por onde pisam,

E apreciariam a caminhada,

E notariam as pontes...

Já não me importo.

Apenas sigo o fluxo,

Porém eis o segredo!

Nunca lerão meus pensamentos,

Muito menos esse poema.

De linhas tortas e retorcidas...

Que guardei em um dos bolsos,

Junto ao coração.

Nada mais.

Cristal Castro
Enviado por Cristal Castro em 27/08/2018
Reeditado em 23/11/2019
Código do texto: T6431287
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