Refugiados
Terra promissora e deveras cobiçada
A mão que trabalha, agora é humilhada...
Sobreviver deixou de ser realidade desejada
Uma honra submissa da sociedade açoitada.
Arrancaram os telhados da nossa morada
Aos chutes derrubaram a porta sem permissão
Pelas janelas vimos nossas vidas na indignação.
As paredes do lar foram ao chão e junto uma lágrima.
Caminhamos por estradas sem um lugar seguro
A fome agora se alimenta de nossa esperança
Nossa criança ainda sem forças pede um pão duro...
Olhamos para o céu buscando a Divina Confiança.
Um choro ainda no ventre materno busca proteção
Nascerá sem pátria, apenas uma mãe gentil...
A culpa tornou-se o passaporte dos refugiados
Carregando no espírito a Luz dos Exilados.
“A Vida é uma Bola...”
Quem oferece uma mão, esmaga o pão com a outra...
O leite jogado ao chão, o gado vai pisando sem compaixão
Um dia mastigando a utopia, no outro a caridade de irmãos
Que surgem do vazio e sem carregar palavras de ordem
Carregam em suas mãos alimentos aumentando a crença
Que as nossas Vidas tenham outra realidade um dia
Aonde lágrimas de tristezas venham no Novo Amanhecer
Transformada na pura de Divina Alegria...
Fernando Matos
Poeta Pernambucano