A ESPERANÇA
Eis que ela surge no horizonte,
mal se nota...
apenas vemos nascer
sua franzina forma.
Nuvenzinha pequenina...
na aridez que assola
que sequer cria sombra
pra aqueles que sofrem...
Ela surge... inofensiva...
Ela surge... teimosa...
Surge porque existe
porque algo se denota
na figura esquálida
quase que idiota
que vemos pelo céu
em sinal de derrota...
mas ela assim caminha,
pelos vales de sombra morte...
vivendo enquanto cansa
não sabendo se vive, morre...
talvez esse andar manco
seja o quê de seu toque...
seja a magia à contrapelo
que de mansinho a move...
até abraçar-nos a todos...
enquanto esperamos seu toque.