SOMBRAS E CLARIDADES

Vejo sombras, vejo formas escuras,

Nas paredes, nas janelas e portas,

Sombras que tão fortes e maduras

Projectadas em altas horas mortas.

Pela manhã, aparecem claridades,

Vejo becos e ruas da cidade de luz

Que irradia do sol forte que seduz,

Como pedras preciosas, raridades.

Esta vida de matizes tão diversas,

Com sombras e claridades, sonhos

Meus que pela manhã se dissipam,

No alvor de novo dia de luz e cor.

Da parede da sala ecoam as horas

Que o relógio de parede ainda toca,

Depois de se ter calado, de amuado

Com a vida esquecida que ali mora.

Não deixo que o relógio desmoralize,

E desista de tocar as horas do pulsar

Do meu coração sensível que resiste

Às emoções e surpresas do meu amar.

Ruy Serrano - 09.08.2018

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 09/08/2018
Reeditado em 09/08/2018
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