Céu, mar e ar

Vi o céu quietinho sem a chuva, sem o pranto,

No azul que me fascina, esperei por seu canto;

Vale que se estendia numa tarde de sol quente,

Era mar verde, araucárias majestosas à frente...

Um muro sem lamentações; de canto diferente,

Era pássaro de plumagem linda; vaidosamente;

Esticava suas asas e o canto vinha num repente,

A mata silenciava, a cachoeira parava, a serpente...

Não rastejava, por um momento, o silêncio, a paz,

O pássaro e nós, o pó não fazia sentido, o vento...

Vinha varria, ria, levava tudo que nos fazia incapaz,

Trazia força, vitalidade, esperança, bons pensamentos.

E poesia balançava entre os girassóis, campo dourado,

Obediente seguindo o sol, movimento mais delicado...

Verde que lhe cobre o caule e as folhas, abelha e mel,

Levando perfume ao ar, ao mar azul; poeta, meu céu.