Solitude saborosa
Sinto-me estação
Vezes em um vagão que segue rumo ao Sudeste
Vezes num inverno em refugio
Sou flor guardando energia para aflorar em dias primaveris
Voou solitária e no meio fio encontro dois voadores que dividem sua Solitudes saborosas
Logo somos três, somos mil
Sou um
A semear o que deixa fartos
Quando crescem, viram exóticos
Passamos a fazer falta porque voamos por ai
Logo somos três, somos mil
Sou um
Em cada vagão, os corações não estão vagos
Almas que compraram seus bilhetes em vidas passadas
Para que num futuro permanecesse na mesma viagem
Busco nesta estrada o sonho que parece estar no ponto final
E no girar das rodas automotivas, questiono se o sonho seria a realização ou a ousadia de não sabe-lo
Sem saber eu ouso a sonhar,
Sigo meus instintos saboreando o caminho
O vento da janela toma minha face
Sinto-me viva, mesmo sem saber em qual vida estou
Ele me toca, beija-me suavemente
Leva meu olhar a paisagem que passa tão veloz, porém serena
Me faz ver que estou aqui
Sinto meu corpo
Meu templo
Meu espirito se enche de alegria, com o cheiro da nova chance de chegar A estação final