PANORAMA

Era tanta melancolia,
Que na ultima hora do dia,

Ela resolveu se matar,
Foi de encontro ao mar,

Olhar repleto de (in)certeza,
Na matizada correnteza.

Dor a dor, passo a passo,
Foi colher da morte o abraço.

Ah! mas, aquele sol poente,
Aquele brilho transcendente,

Aqueles pássaros retirantes,
Sorvendo da vida o bastante,

Aquele vento entardecido,
Sussurrando no seu ouvido,

Talvez, uma prece, uma canção,
De esperança, restauração.

Perante aquele poético panorama,
Ela resistiu às dores, o drama,

Viu na transcendência, a oportunidade,
De desafiar a realidade.

...E na tarde quase a morrer,
Ela se permitiu, decidiu viver...