Travessia

Pulei como quem pula de uma ponte...

Bebi como quem bebe um veneno ontem

Morri como quem morre tão lentamente

Feri como quem fere o peito mortalmente

Pulei todas as cenas, cinemas, problemas

Me embriaguei com as palavras pequenas

Sorvi cada gole amargo de uma saudade

Troquei indiferença por ilusória igualdade

Morri dia desses olhando o passado cruel

Ferindo alma em espada embebida em fel

Escrevi para matar essa dor tão constante

Fui, sou os versos esperançosos de antes.