Queria falar de amor
QUERIA FALAR DE AMOR
Vejo o amor brilhar nos olhos das crianças,
Se derramar nos gestos dos enamorados,
Verter como um rio dos olhos da mãe,
Traduzir-se em cuidados na austeridade do pai,
Como reflexo do amor maior que se derramou da Cruz.
Mas vejo a violência que jorra nas ruas das cidades,
O ódio e desrespeito à vida, que fere que mata e humilha,
Vejo a indiferença ante milhões que vivem em guetos e favelas,
Que fazem das ruas, sua moradia,
Que perambulam a procura de emprego, de atendimento médico,
Que mendigam um prato de comida.
Diante de um mundo que vive o amor em tão poucos momentos,
Assim mesmo,
Eu queria falar de amor.
Não apenas do amor em situações isoladas;
Não do amor em casos particulares;
Queria falar de amor entre todas as pessoas;
O amor que dá a mão, oferece o ombro,
Que dá o pão, o agasalho e o teto;
Que não passa alheio a miséria do irmão,
Que é solidário na dor, na doença e na tristeza.
Queria que o amor da mãe e do pai extremosos,
Das crianças inocentes e dos enamorados,
Do Cristo que se doou na cruz,
Se derramasse por sobre toda a terra,
Inundasse os corações,
Convertesse as pessoas, transformasse o mal em bem
Para ver nascer, então, um mundo novo,
Onde reinasse a paz e a concórdia
E a felicidade fosse um direito de todos.