Supere.

A minha afecção sacrifica meu corpo

caminhando na medula atacada

Destilando veneno que mata aos poucos

Entre as minhas órbitas escurecidas

Sobrando portanto ceras de ave morta!

Este inferno se desprende há tempo

Parindo varas em labirinto estreito

Pecando minhas mãos pela face ardente

Mostrando-me um destino que se inicia

Para lápide dum varão da eternidade!

É meu universo de areia inaudita

Na boca do lobo que corre da fome,

à gia que se atenta rastejante.

Rasgo o medo, mas não me apavoro

Estilando minha página de solem

À verdade que me encontro cabisbaixo!

Parece jasmim, mas não há vida e morte

Pois o que fecunda está além do humano

Tampouco o comparo com a infelicidade.

Mas de mim mesmo, o meço desgraçado

E o culpo por ter se erguido sozinho.

Procurando a pouca luz do horizonte

Estanca o mal como minha mera cicatriz!

Morrestes, disse-me ela' ao epílogo

-Se tu culpa o seu dia começado?

Não paro, a distinta felicidade.

Libertando-me desta praga, melidioso

'Atacando o seu fel, pela oração!

Mas, somente defiro minha dor inicial

-Livrando o meu espírito abobalhado

Sobre o encalço da terra atingida.

-Vou sigo, deixo meu silêncio falar

'Pois imagino o meu corpo curado!

Estamos no mesmo vale da igualdade

E nele, iremos falecer como soldado

Libertador, talvez, mas bem condecorado.

Quando não se curva para o opressor

A espada é empurrada de repente!

Haverá anjo em cada desfiladeiro

Esperando tocar o nosso corpo doentio

Matando a peste que se levanta, carnívora.

Supere e não antecipe, algum grito

A viagem que restará será enaltecida

Pois não estamos sozinhos, na mesma, tempestade!

Ednaldo Santos
Enviado por Ednaldo Santos em 24/02/2018
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