Supere.
A minha afecção sacrifica meu corpo
caminhando na medula atacada
Destilando veneno que mata aos poucos
Entre as minhas órbitas escurecidas
Sobrando portanto ceras de ave morta!
Este inferno se desprende há tempo
Parindo varas em labirinto estreito
Pecando minhas mãos pela face ardente
Mostrando-me um destino que se inicia
Para lápide dum varão da eternidade!
É meu universo de areia inaudita
Na boca do lobo que corre da fome,
à gia que se atenta rastejante.
Rasgo o medo, mas não me apavoro
Estilando minha página de solem
À verdade que me encontro cabisbaixo!
Parece jasmim, mas não há vida e morte
Pois o que fecunda está além do humano
Tampouco o comparo com a infelicidade.
Mas de mim mesmo, o meço desgraçado
E o culpo por ter se erguido sozinho.
Procurando a pouca luz do horizonte
Estanca o mal como minha mera cicatriz!
Morrestes, disse-me ela' ao epílogo
-Se tu culpa o seu dia começado?
Não paro, a distinta felicidade.
Libertando-me desta praga, melidioso
'Atacando o seu fel, pela oração!
Mas, somente defiro minha dor inicial
-Livrando o meu espírito abobalhado
Sobre o encalço da terra atingida.
-Vou sigo, deixo meu silêncio falar
'Pois imagino o meu corpo curado!
Estamos no mesmo vale da igualdade
E nele, iremos falecer como soldado
Libertador, talvez, mas bem condecorado.
Quando não se curva para o opressor
A espada é empurrada de repente!
Haverá anjo em cada desfiladeiro
Esperando tocar o nosso corpo doentio
Matando a peste que se levanta, carnívora.
Supere e não antecipe, algum grito
A viagem que restará será enaltecida
Pois não estamos sozinhos, na mesma, tempestade!