*QUANDO
Quando te verei terra rica, amada,
saciada de amor, quando verei,
irmãos abraçados eu nunca sei,
ou no vermelho do asfalto a pegada.
No debruçar da janela, meus vazios
unem-se solitários do outro lado,
ao mirar o vulto velando o achado,
no açoite do vento, mil desafios.
Quiçá fosse de amor chuva e sol,
horas percorressem em calmaria,
minutos ajoelhados sem romaria,
idolatrassem natureza em seu paiol.
No berço todo olhar regasse afeto,
e nunca a correnteza em tom silente,
levasse uma vida, que sorte ardente!
Saída das entranhas sem lar, sem teto.
Quando meu olhar verá da porta,
Sorrisos sem dor, dor que lacera,
e quando a chama em sã quimera,
atine o timoneiro e onde aporta.
O mundo está em chamas. Vejo ali,
na tela, no comércio, na calçada,
o mar em reboliço traz na alçada,
o ébrio, o jovem que vive a consumir.
Bem longe o fogo queima a pele nua,
no lar desassossego, lágrima e dor,
talvez o mundo não deságue a rua,
nós passageiros com sina e desamor.
Quando te verei terra rica, amada,
saciada de amor, quando verei,
irmãos abraçados eu nunca sei,
ou no vermelho do asfalto a pegada.
No debruçar da janela, meus vazios
unem-se solitários do outro lado,
ao mirar o vulto velando o achado,
no açoite do vento, mil desafios.
Quiçá fosse de amor chuva e sol,
horas percorressem em calmaria,
minutos ajoelhados sem romaria,
idolatrassem natureza em seu paiol.
No berço todo olhar regasse afeto,
e nunca a correnteza em tom silente,
levasse uma vida, que sorte ardente!
Saída das entranhas sem lar, sem teto.
Quando meu olhar verá da porta,
Sorrisos sem dor, dor que lacera,
e quando a chama em sã quimera,
atine o timoneiro e onde aporta.
O mundo está em chamas. Vejo ali,
na tela, no comércio, na calçada,
o mar em reboliço traz na alçada,
o ébrio, o jovem que vive a consumir.
Bem longe o fogo queima a pele nua,
no lar desassossego, lágrima e dor,
talvez o mundo não deságue a rua,
nós passageiros com sina e desamor.