Estava uma criança sozinha numa pracinha
Cheia de fome, de frio e sem ter ninguém
Era um menino ai com os seus sete aninhos
De roupas rasgadas e com os seus olhos imensos
Quando ele sorria parecia que todo o firmamento
Refletiam na terra todas as estrelas, a lua e o sol
Então todos lhe chamaram o Sol, o menino da pracinha...
Ele cuidava do velho jardim, das velhas roseiras
E num cantinho do jardim atrás de uma velha arvore
Ele dormia tendo o céu com as estrelas como seu manto
Mas o Sol aquela bela criança tinha belo um sonho
Queria conhecer a sua mãe, pois nunca mais a viu 
Desde que ela saiu daquele casebre numa urna 
Para nunca mais a ver, ninguém se preocupou
Ninguém quis saber se ele tinha fome ou frio
Pobre menino, que dormia olhando para as estrelas
Imaginando um dia poder viajar pelos céus
E ver de novo a sua mãe, foi o que lhe disseram
Que era uma estrela e ele a procurava todas as noites
Ás vezes ele chorava com tanta saudade do colo quente
Dos abraços, dos beijos e dos cuidados de sua mãe
E quando a saudade o apertava, ele ajoelhava e rezava
Pedindo ao seu anjo que nunca o abandonasse
Quando fechava os olhos ele viajava por muitos lugares
Imagina a sua casa com a sua mãe e ela sempre sorrindo 
Eram muito pobres, mas muitos ricos no amor, até que um dia 
Uma grande tempestade veio e com ela grandes descargas
Infelizmente uma caiu na velha arvore e o menino morreu
Mas ele não teve medo, ele viu dois anjos com mantos brancos
Brilhantes como se tivessem estrelas e no meio deles estava
Uma linda senhora estava tão linda e com o seu sorriso luminoso
Que docemente o pegou no colo e falou: - Filho, nós vamos para casa.
Feliz abraçado na sua mãe ele agradeceu aos seus anjos e lá foi...
No dia seguinte, todos estavam arrumando as arvores que estavam caídas 
E lá estava debaixo dos velhos galhos o menino Sol, com os olhos abertos
De rosto sereno e sorrindo e dos seus olhos se viam as estrelas cintilando
Foi muita tristeza, mas se o menino tivesse casa ou algum abrigo estaria vivo
Assim morrem tantos outros, no abandono e na vista grossa da sociedade!

 
Betimartins
Enviado por Betimartins em 09/01/2018
Reeditado em 09/01/2018
Código do texto: T6220828
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