O PEREGRINO
Era triste o dia,
E nem a voz das aves ele ouvia!
Assim andava um triste peregrino,
Que não mais cria em luz no seu destino.
-Se tudo é sombra, e os ombros vai a cruz,
Por que, meu Deus? Onde andará Jesus?
Alma em conflito, vida em desalinho,
Somente pedras continha seu caminho.
Mas outras coisas há; e ele não via
Que, após a noite, sempre vem o dia.
E a brisa leve, que correndo ia,
Falava: pensa, vem a calmaria
A transformar tua cruz em esplendor,
Ao ágil toque do mais puro amor!
E o peregrino para. Em vigilãncia,
Da voz do Mestre escuta a ressonãncia.
E entende, então, que luzes do destino,
Ao lado vão de todo peregrino.
Era triste o dia,
Mas, de Jesus, a luz já pressentia.
Jaubert