Soa estridente
na minha sala
pios do pássaro
acomodado
na copa dos verdes
que vislumbro
de minha janela
é a folia da natureza
dos tons toda ela se embala.
O  dia está quente
minha alma cala
a rima sente o faro
dos vértices das alegorias
rendendo-se à beleza
recolhidos daquela escala.
Voa o pensar
O que foi que sentiu?
Será que está no cio?
Quem sabe viu a fêmea
ou a prole que geme?
Para o poeta
basta um simples piar
para nascer o poema
colhe-o no ar.
O sol por entre as brumas de inverno
aquece e a passarinhada canta
apoiada nos frutos gelados
até os galhos tremem
é um momento onde o poema pia
e o verso torna-se eterno.