À Espera Da Chuva

Nuvem escura que passa
Olho pra cima e fico sem graça
Pois há tempo eu estava fitando,
Devagarinho ela foi chegando
Eu aqui aguardando,
Na esperança da chuva cair
E molhar a plantação.

Mas um vento forte chegou
E a nuvem de chuva bem longe levou,
Olho pra roça secando
Folhas e flores murchando,
Me dá um aperto no peito
Chega doer no coração.

Há muito tempo não chove
Há muito não ouço um trovão,
Eu que moro aqui na roça
Já esqueci até o que é poça
Tô perdendo a plantação.

Mais um dia se foi
Chega a noite vou dormir,
Antes faço meu pedido
Em forma de oração.

Na manhã seguinte,
Eu acordo bem cedinho
Com os pés descalços caminho
E com minhas plantas vou conversar,
Peço a elas que não morram
Que o orvalho que tens nas folhas
Alimentem seu coração.

Novamente nasce o sol
Atrás do morro sobe queimando
O dia vai passando,
Novamente vejo a roça inclinar
Quando a tarde vai chegando.

Algumas nuvens aparecem no céu
Eu acredito e tiro o chapéu,
Rogo a DEUS e não desisto
Mais uma noite chega e eu insisto,
Tenho fé que vai chover
Em minha roça de feijão.

Vou me deitar o sono não vem
Passo a noite cochilando,
Meia hora de sono, fico matutando
O que vai ser da plantação.

Logo o dia amanhece
Eu faço a DEUS mais uma prece
Não demora ouço um trovão,
Não, eu não devo estar sonhando,
Ouço pingos no telhado, fico meio assustado
E para o céu eu levanto as mãos;
Depressa abro a janela
Vejo a chuva caindo, a poeira levantando,
Enxurrada pelo chão.

Saio correndo pro meio da chuva,
De joelhos me ponho ao chão,
Agradeço a DEUS no céu
Por ouvir minha oração,
Por chover na hora certa
Por salvar a plantação.

Obrigado Senhor...

 
João Luis de Oliveira
Enviado por João Luis de Oliveira em 17/12/2017
Reeditado em 30/12/2017
Código do texto: T6201198
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