Nunca ando sozinho
Ando tateando nesta noite escura e densa
O corpo gela e à alma traz a dor intensa.
E sobre mim pesando da solidão o manto
Ali a paz e em minha mente só o espanto
E o império tão cruel da morte que se aproxima
Sinto rapidamente se esvaindo minha vida
Mas por que não se tentar dar outra volta por cima?
Mesmo que a esperança esteja toda perdida?
Mesmo que o sangue quente escorrendo da ferida
Denuncie com eloquência toda a minha desventura
Sabe lá se alguma brisa não me envolve com ternura?
E traga-me melhor sorte, me mostre alguma saída?
Quem sabe não volte o sol em minha vida brilhar?
E no meu rosto o sorriso que há muito já se perdeu
Venha me mostrar que o sonho que há tanto tempo morreu
Na pressa de reviver vem começando a aflorar?
Vou agora! Olho à frente, imponente, sigo avante.
Vou depressa! Pé na estrada, pois é longo o meu caminho.
Levo comigo a certeza de que nem por um instante
Nessa minha caminhada, eu tenho andado sozinho.