A POETIZA MARTA VOLTOU... *
AO PÉ DO ALTAR
Eu vivia no Claustro,
Na sombra silenciosa dos mosteiros,
Mas um dia,
Quando as penitências mortificavam
O meu corpo alquebrado e dolorido
E a oração
Era o conforto de meu coração,
Disse-me alguém:
“Minha filha,
Juraste fidelidade só a Deus,
Mas se entrevês os Céus
E as suas maravilhas,
Se tens a Fé mais pura,
A Esperança mais linda,
Não te esqueças que a Caridade,
O anjo que nos abre as portas da Ventura,
Não permanece
No recanto das sombras, do repouso;
Se ama a prece e a pureza,
Não faz longas e inúteis orações;
Ela é a serva de Deus
E suas preces fervorosas
São feitas com suas mãos carinhosas,
Que pensam no coração da humanidade
Todas as chagas abertas
Pelo egoísmo...
Está sempre em meio às tentações
Para vencê-las,
Esmagá-las com o Bem,
Destruí-las com Amor,
A solidão da cela é um crime;
Não te retires, pois, do mundo,
Darás a Deus, sem reserva, a tua alma
Amando o próximo,
Que contigo é o teu filho dileto.
Será um hino constante subindo aos Céus;
Sê a mãe desvelada,
A irmã consoladora,
A companheira terna
De todos aqueles que te rodeiam
Na estrada longa dos destinos comuns;
Sê a abnegação e a bondade serena,
E a tua Fé
Será um hino constante subindo aos Céus;
A tua esperança em Deus
Será dilatada,
Para que vislumbres as felicidades celestes
Que esperam os justos na Mansão da Alegria “...
Meu corpo não resistiu
Aos cilícios que o martirizavam
E minhalma tomadas de emoção
Abandonou-o, brandamente,
Atraída pela Verdade,
Desprezando o repouso e a soledade,
Sonhando com a luz do trabalho
Em outras vidas benfazejas,
Porque a verdadeira paz de espírito
É conquistada
No seio das lutas mais acerbas,
Dos mais rudes pesares.
E só a dor que nos crucia
Ou a dor que consolamos,
- Somente a Dor em sua essência pura
Nos desvia da amarga desventura,
Purificando os nossos corações
Na conquista das altas perfeições.
MARTA
“Este Espírito não pode ou não quis identificar-se. Aqui o incluímos, porém, de justiça, atentos à magnitude de seu estro”. Nota da Federação Espírita Brasileira.
Do livro Parnaso de Além Túmulo, psicografado por Francisco Cândido Xavier. (1932, quando o médium tinha tão somente 22 anos, foi o seu primeiro livro, ao longo de sua existência, somaram 452 obras, com destaque a vários romances: Há 2000 Mil Anos, 50 Anos Depois, Ave! Cristo! Paulo e Estevão, Renúncia e outros...)
Marta, esta entidade escreveu sete poesias; quem seria ela? Nesta poesia dá a impressão, que deixou uma “pista”... Talvez, tivesse sido uma diretora de um convento, ou tão somente uma simples freira...
Um bom final de semana, aos nossos prezados leitores (as) , um abraço amigo do Saul
Curitiba, 20 de outubro – Reflexões do Cotidiano – Saul
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