Nasci para

Talvez, eu tenha nascido livre um dia

E entrei no meu singelo e humilde barco

Rumo aos sonhos

Navegando contra expectativas não minhas

Talvez, eu tenha nascido para sentir

A respiração, os lábios encostarem um no outro

O coração pulsar, sentir tudo muito

Em sua intensidade máxima

Talvez, eu tenha nascido passarinho

Com múltiplas asas, passarinho sem ninho

Passarinho nômade com voos incansáveis

Mas, que volta para dizer "adeus"

Talvez, eu tenha nascido para longe ficar

Da humanidade, dos homens sujos, podres

Tão ricos de vazio e solidão, para ser minha

E minha, e minha, e sua, mas sempre minha

Talvez

Talvez

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 28/09/2017
Reeditado em 18/05/2019
Código do texto: T6126968
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