Nasci para
Talvez, eu tenha nascido livre um dia
E entrei no meu singelo e humilde barco
Rumo aos sonhos
Navegando contra expectativas não minhas
Talvez, eu tenha nascido para sentir
A respiração, os lábios encostarem um no outro
O coração pulsar, sentir tudo muito
Em sua intensidade máxima
Talvez, eu tenha nascido passarinho
Com múltiplas asas, passarinho sem ninho
Passarinho nômade com voos incansáveis
Mas, que volta para dizer "adeus"
Talvez, eu tenha nascido para longe ficar
Da humanidade, dos homens sujos, podres
Tão ricos de vazio e solidão, para ser minha
E minha, e minha, e sua, mas sempre minha
Talvez
Talvez