MOMENTANEAMENTE
Há dias em que, por mais que o sol brilhe lá fora,
Cá dentro a escuridão se faz densa...
Procuro-me e não me acho.
Vou tateando, tentando encontrar-me e nada encontro.
Devo estar encolhidinha,
Escondidinha num cantinho de mim mesma.
E enquanto fico alheia no meu mundo escuro,
A claridade reina linda cá fora!
Enquanto a tristeza faz-me companhia,
A beleza passeia livre além de mim.
Todo meu ser se contrapõe
À alegria que quer se aproximar e não consegue.
Mas, como é ruim estar assim!!
Luto. Reluto. Quero soltar as amarras.
Libertar-me, a custo, do escuro, do nada...
Quero vir para fora.
Quero ver e viver a luz. Pôr fim à sombra.
E enquanto a luta se trava no meu interior,
Os meus atos, rotineiramente,
Vão fazendo, pelas minhas mãos,
O que realmente dá sentido ao meu existir.
Vou aguando as minhas plantas,
Dando vida às minhas flores,
Colorindo as minhas cores...
Vou dando vida, mesmo que ela falte momentaneamente em mim.
Sei que daqui a pouco, ela me trará de volta
Para brincar com a claridade,
Para, com a alegria, ter cumplicidade,
E com paz, encarar a verdade.
Sei que daqui a pouco, virei para fora,
Que o escuro mandarei embora
E a vida eu verei cheia de luz!
A escuridão nunca será dona de mim,
Porque Cristo é Luz radiante
E em mim Sua presença constante
É sempre presença real assim!