Esperança e fé
Há sempre um vazio extremamente profundo
na alma de quem espera um amor perdido
Há sempre um gosto de poeira branca vermelha
assentada nas dobras do tempo que passa
Há sempre um vento frio cortante dobrando
as folhas meio vivas que sobreviveram ao outono
Há sempre uma mulher morrendo saudades
a cada janela semi aberta pintada de abandono
Há sempre uma esquina gasta pelo tatear dos pés
que volta e meia e volta espia a chegada vazia
Há sempre notas perdidas entre a música que ouço
e todos os sons que agonizam no silêncio da tua voz
Há sempre mãos adornadas de sacrificios e promessas
nas encruzilhas santas despacho das dores de viver
Há sempre uma esperança no fundo dos olhos
daquele que um dia viu o verde refletidos de fé