SEM SONHOS PARA SONHAR

Uma lembrança bate forte.
Tanto amor, tanta idade.
Nas sombras, neblinas desta viagem.
Que no horizonte se faz pássaro, nas águas peixe.
No sol nascente chega como os feixes.
Que invadem o lar toca o rosto,
Neste calor que faz chegar o gosto,
De lágrimas de um sonho que se quer sonhar.

Na sombra de um arbusto,
O vento sopra para o norte
Levando lembranças,
Lançando devaneios veios,
De vontade da paisagem a desejar tê-los.

Que será do dia a não ser abordar noite
Entre abraços e açoites
Pegadas na estrada
Chegadas e partidas
O que é a vida
Se não o que ora ontem
Ser hoje.

Cortinas balançam como se dançam
Poeira fixa na varanda
Nuvens anunciam tempestade
Coisas da idade
Reparar nos detalhes
Se apegar nos entalhes
Do que decora vida.

Na sombra de um arbusto,
O vento sopra para o norte
Levando lembranças,
Lançando devaneios veios,
De vontade da paisagem a desejar tê-los