LIBERDADE

Por muito tempo,

Fostes temida e reprimida.

Por muito tempo,

Os bárbaros te esconderam.

Fizeram de ti,

O cavalo de batalha

Para enfrentar o medo.

Com a mordaça da truculência,

Bateram, mataram e algemaram,

Muitos dos que te defenderam.

Esqueceram, porém,

De extirpar das entranhas dos sonhadores,

A vontade de romper

A noite escura dos sentidos.

Impetuosa,

Rompestes o útero do desejo civil e,

Com o sentimento de maternidade exposto,

Brotastes como cravo,

Na aridez de um deserto,

Faminto de brasilidade.

Impregnada de um fulgor adolescente,

Solapas o arcaico,

Rompes tradições.

E sem escolhas ou restrições,

Aglutinas e defendes pensamentos diversos,

Sob a égide de hábeas corpus deferido.

Teus impulsos trazem medo,

Teus efeitos ruborizam,

Sufocam e tiram o sono.

Mas...

Se não fosse você?

Coitados de nós!

Rui Azevedo - 13.08.2007

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 13/08/2007
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