Esperança
No barco flutuante das infinitas ilusões,
O medo , ora, impõem-se determinando direções.
E, em pleno oceano profundo dos sentimentos,
Navega, comandando emoções, perdido no firmamento.
O estranho navegante domina o leme sem receios,
Fixa um percurso confuso, à realidade, alheio.
Torna o íntimo um perigoso mar, poluído de incertezas,
Submergindo tormentos das suas profundezas.
Deseja tornar a Liberdade sua escrava,
A um atroz silêncio mantê-la atada,
Distanciando-a da luz ao usurpar sua rebeldia,
Calando seus gritos numa ânsia vazia.
Almeja transformar a Alegria em aquarela de tintas esmaecidas
Quando, pelos rios de vívidas cores, a impede de ser nutrida.
Anseia preenchê-la de vazio, de um angustiante nada,
Em sombras irreais, deixá-la mergulhada.
Tamanha é sua sanha ilusória de dominação e grandeza
Que naufraga ao transitar em uma desconhecida correnteza
Onde embarcações vãs sucumbem tragadas pelo turbilhão da mudança
Cujos ventos selvagens lançam nos mares da existência sementes raras de Esperança.