RENASCER
Vivo numa permanente ansiedade,
Por um futuro incerto e inseguro,
Não sei o que será então de mim,
Estarei ainda vivo, não será o fim?
Tantas as surpresas e os desgostos,
Que os amores já são recordações,
Que me ficaram dos bons tempos
Vividos na Terra onde nasci e vivi.
Sinto-me hoje uma imagem opaca,
Dum quadro pintado com imagens
Negras dum passado de momentos
Passados com bastantes tormentos.
Trago no peito o aperto duma mola
Que acelera o bater do meu coração,
Deixando-me em pranto e perdido
No epicentro dum violento furacão.
Imagens de cinza se espalham no ar,
De fogos ardidos nas matas da terra
Que eu amo, tão generosa e inocente
Que não merece tão reles tratamento.
Da destruição renascerão novas matas
Viçosas que darão vida e fortes cores
Aos campos e serras com seus valores
Que serão o sustento de gentes santas.
Ruy Serrano - 25.06.2017