DESEJOS ARDENTES
Dentro de mim, sinto desejos ardentes,
Da vida que não vivi, sem minha culpa,
Foram males que a vida me fez chegar,
Sem pena de mim e sem me desculpar.
Desejos ardentes ainda são os mesmos.
Duma vida preenchida, sem retorno,
Quimeras passadas dentro dum forno,
Que queimou minhas ilusões a esmo.
Enquanto esta vida não for consumida
Pelas labaredas do tempo, não desisto,
Lutarei por concretizar meus desejos,
Culminando o seu fim com festejos.
Por acreditar noutra vida, alimento
Os meus desejos ardentes, o amor,
O abraço, o sofrer de enorme dor,
Nem que tenha de passar tormento.
Com os meus desejos ardentes és tu,
O meu maior amparo e a inspiração
Que me alimenta acesa a combustão
Da minha vida, tão mal consumida.
Ruy Serrano - 01.06.2017