Mares da Vida
Maré alta e maré vazante
Amarras solta, depois puxa
Traz esperança espumante
Depois, dura dose de cicuta
A alma que atraca no cais
Foge da indócil tormenta
Quando o navio apita e vai
Peito chora e não aguenta
Mas se o amor se alevantar
E hastear sua rubra bandeira
Não haverá entre terra e mar
Abismo entre quem se queira
Assim são os mares da vida
Pele, superfície encapelada
Profundezas, algas coloridas
À deriva em carne e palavras
Há outros mares, se amares...