SOL DE LIBERDADE

SOL DE LIBERDADE

Manhã como outra qualquer.

Sol igual,

Dia igual,

“Nada de novo que possa provocar minha alegria”.

Mente aberta,

Procurando no etéreo,

Algo singular para pensar.

Nada de novo.

Clichês e matizes vencidos,

Dão o tom da repetida melodia,

Que cansa,

Que escraviza.

Sem fresta,

Nem brecha,

O círculo se fecha.

Sem eira,

Nem beira,

O tédio de uma segunda-feira.

Sem motivos,

Tudo se repete,

Numa sucessão de previstos.

Apenas o nefasto companheiro,

Induz-me a evoluir,

Em sua fumaça,

Que dissipa-se,

Em meio à brisa quente

De meu lugar.

A flacidez de meu corpo,

Acentua-se na contra-mão

De meu pensar,

Denotando um descompasso,

Entre o que sou e o que penso.

As vitórias de ontem,

Meus amores, meus devaneios,

Perderam-se no tempo.

Meus saberes,

Recheados de encantamento,

Na sua socialização,

Limita-se ao possível,

Do que pude aprender:

Dádiva da ciência,

Esforço meu.

Da minha janela,

Escuto um pássaro cantar,

Encantado com seu canto,

Venho pro meu “canto”,

Querendo aprender cantar.

Contemplo o sol cáustico,

Buscando zênite.

Ofusco meus olhos.

Paro e penso:

Vale a pena sonhar

Com um novo sol de liberdade.

Quem sabe amanhã,

Ele nasça diferente,

Reluzente como sempre,

Com uma proposta nova,

Que me faça sair do sonho

E volte a realizar.

Receita: Esperar!

Rui Azevedo – 06.06.2007

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 06/08/2007
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