INESPERADAMENTE

Quando os paraísos morrem, as aves abandonam seus ninhos,

Os risos perdem o brilho, e o campo sua cor,

Como se o universo estivesse sentado,

Parado para assistir sua dor.

Quando as estrelas se apagam, e os sonhos se perdem na escuridão,

As noites se tornam um véu negro sob o infinito,

O peito em luto, luta para manter sua respiração,

E a pele sobre o lençol arde em sua desilusão.

Quando já não há mais o que sangrar,

A vida parece estar no limite da dor,

E a garganta engolir a seco todos os seus nós,

Inesperadamente, da terra seca e surrada brotará uma flor.

A frágil flor regada em lágrimas, anunciará esperança,

E no brilho dos olhos as estrelas encontrarão sua inspiração,

O céu negro da noite se fará uma chuva de luz,

E as aves aos seus ninhos regressarão.

Sempre haverá uma nova estrela para um céu cansado,

Uma nova flor para um jardim abandonado,

Um suspiro pode abrir os portões para um novo paraíso,

E um coração maltratado, nas asas de um novo amor retomará seu sorriso.