OS SONHOS DE UMA ALMA PEREGRINA
Sou um estrangeiro em terras estranhas;
E como um exilado, me renovo na perseverança.
Hoje vivo numa longa jornada cheia de façanhas
Em meio as ondas colossais da desesperança.
Deixo prevalecer uma vontade no meu coração,
Uma vontade inexaurível de viver em sã devoção;
Pois quanto mais nas desilusões esmoreço,
Mais na luz da onisciência de Deus me fortaleço.
Nas trilhas de um mundo de corações petrificados
E de almas que se banham no orvalho da amargura,
Descobri em prantos que há caminhos adornados
Pelo engano de uma atroz e sacrílega cultura.
Em dias de angustia, consegui despertar
De um sono inebriante que quase me fez naufragar
No abismo de um lamentável cativeiro
Aninhado de vidas sem luz em seu candeeiro.
As autênticas rotas de toda alma sonhadora
São aquelas onde o sol da eternidade
Incide os seus raios perenes de liberdade
Sobre o horizonte envolto por uma paz encantadora.
Sou um estrangeiro em terras sem esplendor;
E como um peregrino, vivo numa terra infértil de amor,
Hoje sinto necessidade de cruzar os mares do inflexível
Através da esperança por um destino inesquecível.