As ruas pelas quais.

Já caminhei por ruas demais

Lugares onde eu sei

Que jamais saberei voltar

Tive todos os problemas

Que a vida nos traz

E confiei demais

Em gente que não merecia

E desmereci ou não fiz por merecer

Muitas coisas boas demais

Daquelas que se vão

Pra nunca mais

Esqueci de verdade

de coisas que não se esquece

Mas a verdade trouxe sempre

Outras quantas eu precisasse

Trouxe tantas

Pra nunca mais eu me esquecer.

Já inspirei tantas estrelas

E suspirei tantos luares

Em todos os lugares onde andei

Que até hoje eu não sei

Como pude me engasgar

Com o ar que me sufocou

A ponto de quase o respirar.

Nesta vida

desenhei muita ilusão

Em folhas de papel

Que outros ventos carregaram

Ilusões demais

Adentraram-me o coração

Foram tantas

Que a simples realidade

Quando de mãos dadas com a verdade

Quase não encontram lugar

Diante dos olhares sonhadores

e das dores que o mundo causou

Pode parecer que não

Mas há dias

Em que o tempo

Nos cede uma pausa

A alma pode a Deus

Que haja

Uma boa causa

Pela qual viver.

Olhos parados no tempo

Enquanto os olhares viajam

Atravessam Mares e Oceanos

Fazem planos

de andar um dia

Por ruas estranhas

Só que dessa vez

Creio que talvez

Eu vá saber sempre voltar.

Edson Ricardo Paiva.