Meu profundo universo
Meu universo é largo.
Meu pensamento tem
o comprimento do fundo
de um rio. Se é que há um fundo...
A poesia foge das linhas
a encontrar sem demora,
um bem querer que me queira.
Afundo-me nestes versos petrificados.
Só meu ou daquele que me vê.
Tudo aqui é oco.
Só há o eco da voz.
Não tem leste e nem oeste
que assegure.
Posto na minha insanidade
um amor que proverá.
Afugentei tantos males...
Que o poeta possa descolorir
o azul das pedras.
Dar água aos peixes mortos.
Dar amor aos que
aqui se foram e não me
olharam mais.
Que o poeta possa colorir
os pássaros escuros que
rondam o céu ainda cinzento.
Que um bem querer me queira bem,
por que aqui, o meu céu, pra mim
é azul, mesmo sem poeta.
Luciana Bianchini