MEMÓRIAS
As cortinas balançam
quando o vento entra pela janela.
No quarto, lembranças tão antigas
que até a saudade já está amarela.
Gavetas e portas abertas,
papéis sobre a cama, jogados.
Flores secas num vaso,
porta-retratos
com vidros embaçados.
Uma colcha de retalhos
de tão velha, desbotada.
Um abajur queimado
sobre a mesinha empoeirada.
Memórias num quarto, trancadas
desde tristes despedidas.
À solidão, condenadas...
aplacadas, esquecidas.
Até que um dia,
o retorno esperado, consolida.
E trás com ele a luz,
a alegria e a vida.