A CIDADE MATA
A cidade mata.
Os homens correm
apressadamente
para a morte.
Ônibus lotados,
ruas ferventes,
gente gritando
pelas esquinas.
A cidade esmaga.
Prédios sangram,
ouvidos queimam
ao som dos infernos.
Não há mais medo,
não há respiração
e as águas da chuva cobrem
as casas de papelão.
Mas, Deus, ainda tenho fé.
Ainda creio na manhã.
Olho o mesmo sol
de meus ancestrais
e canto o que aprendi.
Ergo-me da cama,
saio de meu canto
e passo
entre os mortos mais vivos,
entre os vivos tão mortos,
entre meus irmãos.
Vou vivendo,
vou vendo.
Volvendo sempre.
A cidade mata.
Os homens correm
apressadamente
para a morte.
Ônibus lotados,
ruas ferventes,
gente gritando
pelas esquinas.
A cidade esmaga.
Prédios sangram,
ouvidos queimam
ao som dos infernos.
Não há mais medo,
não há respiração
e as águas da chuva cobrem
as casas de papelão.
Mas, Deus, ainda tenho fé.
Ainda creio na manhã.
Olho o mesmo sol
de meus ancestrais
e canto o que aprendi.
Ergo-me da cama,
saio de meu canto
e passo
entre os mortos mais vivos,
entre os vivos tão mortos,
entre meus irmãos.
Vou vivendo,
vou vendo.
Volvendo sempre.