Mil e um motivos pra seguir estrada
Meu corpo pede descanso, mas a alma poesia
O sono parte pra que a palavra nasça e me liberte.
Sou prisioneira dessa matéria, porém anseio ardentemente por liberdade.
Minha escrita não se prende em rima.
Talvez porque eu não saiba poetizar como pedem as boas maneiras.
Mas a vida que pulsa pede espaço e clama por letras leves e sem contorno.
Sinto no peito uma dor.
O pássaro preso faz tanto sentido agora:
Minha escrita é o canto da alma angustiada.
Muitos o admiram, mas o que transmitem não me liberta.
Talvez nem seja a escrita um ato de libertação.
Mas apesar de presa, insisto em lançar esse canto, mostrar alguma beleza.
Não tenho sono, meu corpo clama por vida, pede pra que o dia nasça depressa.
Minha alma é andarilha na Terra dos Sentidos.
A escuridão me incomoda.
Enquanto a luz não brilha, busco meu próprio encontro.
Há tanto de mim aqui dentro!
Tantas e tantas que talvez em alguma parte minha angústia pareça menor.
Que eu recomece em cada busca.
E acima de tudo, que eu tenha em vida um real encontro
E mil e um motivos pra seguir estrada.