Mil e um motivos pra seguir estrada

Meu corpo pede descanso, mas a alma poesia

O sono parte pra que a palavra nasça e me liberte.

Sou prisioneira dessa matéria, porém anseio ardentemente por liberdade.

Minha escrita não se prende em rima.

Talvez porque eu não saiba poetizar como pedem as boas maneiras.

Mas a vida que pulsa pede espaço e clama por letras leves e sem contorno.

Sinto no peito uma dor.

O pássaro preso faz tanto sentido agora:

Minha escrita é o canto da alma angustiada.

Muitos o admiram, mas o que transmitem não me liberta.

Talvez nem seja a escrita um ato de libertação.

Mas apesar de presa, insisto em lançar esse canto, mostrar alguma beleza.

Não tenho sono, meu corpo clama por vida, pede pra que o dia nasça depressa.

Minha alma é andarilha na Terra dos Sentidos.

A escuridão me incomoda.

Enquanto a luz não brilha, busco meu próprio encontro.

Há tanto de mim aqui dentro!

Tantas e tantas que talvez em alguma parte minha angústia pareça menor.

Que eu recomece em cada busca.

E acima de tudo, que eu tenha em vida um real encontro

E mil e um motivos pra seguir estrada.

Lirlaine C Vaz
Enviado por Lirlaine C Vaz em 27/01/2017
Código do texto: T5894909
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