Uma História
Eu a vi encostada com seu vestido descorado.
Nos seus pés o chinelo de dedo não sabendo
Se era novo ou usado.
Mas via nos seus olhos a esperança do seu sonho
Naquele dia ser realizado.
Foi chamada, e com sua mãe estava acompanhada.
Perguntas foram feitas para aquela criatura inocente
Como manda as regras, pela atendente.
Um documento foi mostrado para a confirmação.
Pois, poderia ser ela, como não.
Notei seu apavoramento, pois ela não entendia
O porque que nada havia chegado em seu nome
Naquele dia.
-Vou dar uma olhada e vejo o que posso fazer.
Caso nada veio você terá que entender.
Mas com a graça divina
Ela veio com o embrulho nas mãos e sorriso eufórico
Daquela menina.
Que pensava que seu presente havia se perdido
E a esperança naquele balcão havia morrido.
Como escreveu CHICO BUARQUE em uma das suas músicas
Que muitos gravaram e continuam a cantar.
"É GENTE HUMILDE QUE VONTADE DE CHORAR'.