O ISTMO ENTRE O QUE SOU E O QUE NÃO SOU
Não fosse o desejo de ter,
Me bastaria simplesmente a vida...
Um ser desnudo no mundo,
No entanto,
Sem a alma ferida
No íntimo do istmo de mim mesmo
No ser, do não ter, do meu esmo
No encontro daquilo que não se encontra
Eu seria eu, desnudo, mas tendo tudo
Talvez cego, surdo e mudo...
Porém, a par de tudo!
Norteado pelas palavras que me inspiram e ecoam nas cavernas mais obscuras
De um lado, falando...
Mas de outro, calando...
Na ruptura do meu eu, comigo mesmo
Aquilo que não sou eu, e nem é meu... Deixaria de existir
No abalo sísmico deste meu lesmo
Eu seguiria o compasso das batidas do meu coração
Então,
Me desligaria dos meus continentes
E seria apenas eu
Do mundo... Desnudo,
Mas tendo tudo!
Exceto...
O desejo de ter.