Calma.

Eu não quero ser

Não pretendo ser

Não sou e não serei jamais

Alguém que muito mente

Como se vê, tão comumente

Eu quero ser somente

Alguém que espalhe sementes

Sempre de paz

Como pouca gente faz

O que eu queria ver

Era alguém sinta prazer

Em me ouvir

Quando eu disser o que digo

Não ligo pro ouro do mundo

Minha busca é

e sempre foi

Por algo que está mais profundo

E cujo brilho

Nada ofusca

Eu quero encontrar a calma

Que se esconde

Na escuridão dos sonhos

Na hora em que a alma se expande

e tudo se acalma

Este mundo não é assim

Tão grande

A ponto de esconder eternamente

Algo que não está perdido

A gente só não sabe

Ou pensa não saber

O lugar certo de procurar

Aquilo que cabe aqui, bem perto

Se não estiver agora

Será somente porque

Ainda não é a hora

Eu quero ser aquele

Que te ajuda a encontrar

Aquilo que comumente

A gente sente

Vontade de sentir

Sem saber bem ao certo o que é

Mas pressente ser melhor

Que essa dor que a gente sente

Tão comumente

Edson Ricardo Paiva