Adito-me!
Adito sonhos e carrego esperanças
e sou a asa de um lindo voo de amor
que, sobrevoando as nuvens, voa alto
a ver jardins e flores.
Sou a margem do rio
que segura e delimita o leito
a contemplar as águas que em desembesto,
uniformemente, procuram o mar.
Sou o oceano de tudo o que vejo,
os mares que provo e sinto
com minhas sedes,
o cheiro absíntico de minhas ilusões.
Sou o remanso do sono
e a força de uma correnteza,
a indiferença de uma solidão
e a hegemonia de uma delicadeza,
um incansável zíngaro viajante,
o que sonha e ama,
desenha e apaga,
fere e mata, e perdoa!
Adito sonhar, carrego esperanças,
sou a minha melhor lembrança:
os passos de um justo caminhar.