anti-poema

quero, sim, fazer um poema

tolo, bobo,

aquele que não diga nada,

aquele que seja insosso,

oco,

ainda que fruto do ocaso,

murcho,

poema que não crie caso,

aquele que não tenha dentes,

pois quem não tem dentes

não fala,

às vezes nem tem tendências,

que fique esquecido

na sala,

se ache perdido

no quarto

em cima do criado-mudo,

mas que, mesmo longe de tudo,

naïve atrás de um escudo,

ainda pudesse ser meu

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 17/11/2016
Código do texto: T5826627
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