Corpos distantes
Em terra tão distante sem fronteira,
Reina pura, meiga, sorrateiramente,
Uma linda mulher fada, faceira,
Que encanta a minh’alma intensamente.
Seus lábaros lábios que, em sonhos,
Avivam o mais forte tom carmim,
Seus imensos olhos castanhos,
Adormecem ao som do meu clarim.
Imagino súdito, seu rosto,
Que jamais, sequer, um beijo ousei.
Nem em sonhos provei do seu doce gosto,
Ou tão perto a ele me aproximei.
Mas, um dia unirei mesmo distante,
Nossos corpos flutuando junto ao vento
E as amargas imaginações constantes,
Deixo no caminho junto com os pensamentos.
Então de corpo e alma, na imensidão,
Num só reino, eu com e ela em mim
Nossas vidas farão longe, dessa ingrata solidão,
Num grande amor sem tamanho e sem fim.