CASIMIRO CUNHA VOLTOU*...

ASCENSÃO

Perguntai à virente,

De pétalas multicores,

Que com mágicos olores

Perfumam vosso ambiente,

O que fazem cá no mundo,

Tão viçosas, perfumadas,

Pelas sendas desoladas

Deste abismo tão profundo.

Como os sorrisos dos Céus,

Essas flores perfumosas

Responderiam formosas:

- Nós marchamos para Deus!

À ave que poetiza

Com seus cânticos maviosos

Vossos campos dadivosos

Em beleza que harmoniza,

Se perguntásseis também,

Ela vos retrucaria:

- Caminhamos na alegria,

Para a Luz e para o Bem.

Tudo pois, em ascensão,

Marcha ao progresso incessante,

À alvorada rutilante

Da Sublime perfeição.

Segui pois, irmãos terrenos,

Nessas trilhas luminosas,

Caminhai sempre serenos,

Entre lírios entre rosas:

Entre os lírios da Bondade,

Entre as rosas da Ternura,

Espargindo a caridade,

Consolando a desventura.

Só assim caminharemos

Nesta eterna evolução,

E no bem conquistaremos

A suprema perfeição.

CASIMIRO CUNHA

“Poeta vassourense, nasceu em 14 de abril de 1880 e desencarnou em 1914. Pobre, ademais espírita confesso, não teve maior projeção no cenáculo literário de seu tempo, malgrado a suavidade de sua musa e inatos talentos literários. Há, na sua existência terrena, uma triste particularidade a assinar, qual de haver perdido uma vista aos 14 anos, por acidente, para de todo cegar da outra aos 16. Órfão de pai aos sete anos, apenas freqüentou escolas primárias. Era um espírito jovial e forte no infortúnio, que ele sabia aproveitar no enobrecimento de sua Fé. Se tivesse tido maior cultura, atingiria as maiores culminâncias do firmamento literário.”

*Compilado do livro Parnaso de Além Túmulo, cuja primeira edição foi em 1932, é uma coletânea de 56 poetas que voltaram através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, este foi o seu primeiro livro, quando tinha tão somente 22 anos; por diversos motivos ele somente tinha o curso primário incompleto; como poderia “imitar” estilos comprovadamente de poetas, brasileiros e alguns portugueses...

Durante a sua existência, - 92 anos – foi a “ponte” das duas dimensões, que sutilmente se interagem, de mais de 400 livros, romances, alguns de cunho científico, filosóficos e muitos exaltando o sentimento da RELIGIOSIDADE, que está acima das próprias religiões, que muitas vezes segregam e dividem...

Deste autor, há mais 13 belíssimas poesias.

Curitiba, 05 de outubro de 2016 – Reflexões do Cotidiano – Saul http://mensagensdiversificadas.zip.net

Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 05/10/2016
Reeditado em 16/12/2017
Código do texto: T5782447
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