Ambrosia Poética

Quero palavras suaves e carinhosas

Que façam brotar orquídeas e rosas

Quero abraços quentes e ternos

Que aqueçam os corações antárticos de inverno

Que à tarde vagarosa e prosa

Com diálogos que vão a lugar nenhum

Quero esquecer a labuta dolorosa

Que não me levam a lugar algum

Quero o gosto do vago e indeciso

Sentir na boca a mentira velha repetida

Quero os beijos vadios e indecorosos

Quero o que não quero e o que não preciso

Quero pensar sem tombos ou medidas

Entre o inútil e o grandioso.

Henrique Rodrigues Soares – Canibais Urbanos