DE SEGUNDA A SEGUNDA-FEIRA
De segunda a segunda-feira,
A vida corre como em uma esteira.
Acorda de manhã e sai sem o café
Não há tempo de comer se não perde o bus e acaba indo em pé.
Correria até o ponto final
O ônibus atrasa ou adianta, nunca é pontual.
Reclamar com o fiscal? Não mais,
O mesmo não da atenção então tanto faz.
Não foi rápido o suficiente,
Ao chegar no ponto estava cheio de gente.
Teve de se contentar em um lugar não tão apertado
Só pra variar já estava mau humorado.
Todo dia a mesma coisa estressante,
Todo dia se sente um mórbido ambulante.
Isso porque não falei do seu trabalho,
Tratado feito lixo imobiliário.
Nada mais o satisfaz,
fim de semana passa rápido demais.
Suas férias já vendeu tudo pra pagar contas
E o dinheiro mal deu pra segurar as pontas.
De segunda a segunda-feira ele corre
De segunda a segunda-feira ele morre
E ao mesmo tempo ele renasce
Ao mesmo tempo ele cresce.
Nada mata seu desejo de ser feliz
Nada mata o desejo de ter o que sempre quis
O mundo parece um monstro enfadonho,
Mas de segunda a segunda-feira ele constrói seu sonho.