DO OUTRO LADO

Um mergulho em um mar gelado e agitado,

Outro mergulho e ao sair, eu me imiscuí na brisa,

Céu azul liberando o sol em minha pele,

Libertando velhos risos sem motivos.

Sim, era eu do outro lado da janela que por muito tempo me prendeu,

Deixando as sombras que já não assombravam,

Marcando a areia com minhas pegadas,

Respirando como quando criança correndo atrás de vaga-lumes.

Sim, era eu a água em mim mesmo, e dos astros um escorpião,

O fogo eu posso apagar sem esforço, ele não pode me queimar,

A terra em sua poeira, posso molhar até formar um rio, onde tudo flui,

E se alguém chegar com sede, em um só beijo posso saciar e arrancar seu ar.

Sem neuras, apenas caminhando pela praia,

Mergulhando para refrescar,

Sorrindo para todos os segredos da criação,

Amando as cores do mundo que se misturam como se estivessem de mãos dadas.