HIBISCOS VERMELHOS SANGUE - Poesia nº 44 do meu terceiro livro "Relevos"
Da janela do meu quarto, muito, muito feliz,
Eu apreciava e ouvia o piar dos passarinhos...
Sem querer, esse destino sempre nos condiz;
A uns metros, reparei nos meus canteirinhos,
O meu lindo pé de hibisco vermelho em botão...
Na manhã seguinte, em seu rumo caminhando,
Fui apreciar suas flores abertas me esperando;
Apesar de não terem perfume, fiquei admirado;
Sentia que queriam meu ar de paz ao seu lado.
Contente me aproximei, toquei-as com emoção...
Enormes pétalas bem desenhadas em harmonia,
Atraiam-me com forças, irradiando muita energia;
Parecia que me convidavam a lhes dizer segredos,
Seduziram-me, para eu ali expulsar meus medos.
E assim aconteceu. Entreguei-me para confissão...
Eu falava de coisas belas e tristes da minha vida,
Da minha pessoa ser tão simples e muito querida,
Ao crer que me entendessem em todo sentimento
Que passou e no que ainda viria a meu momento...
Notei que a cada dia, isso tinha um preço e razão...!
Vi elas morrerem aos poucos, nada poderia fazer.
Vidas curtas, que levavam confidências sorvidas,
Na boa amizade, na cumplicidade, amor e prazer.
Ao tentar se abrirem para o sol ficavam cansadas,
Suas pétalas retorcidas me causavam compaixão...
Ali mesmo no jardim, um sepulcro se fez presente,
As flores uma a uma já murchando, se recolhendo;
E sentia dó, quando as via caídas na minha frente.
Com todas elas, um suspiro de mim ia morrendo;
Mas cada flor em vida foi uma glória de adoração!
Para as confissões que cada hibisco morto levou,
Foram lições que aprendi em dever ao que é belo,
Pois vivi plenamente o que o destino me reservou...
Se não alcancei a perfeição por ser puro e singelo,
Eu os esperarei aqui feliz, até a próxima floração!
Eduardo Eugênio Batista
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